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Capa da invisibilidade atinge feito inédito

Capa da invisibilidade atinge feito inédito

Cientistas alcançam feito inédito ao criar a primeira capa da invisibilidade que esconde objetos usando luz visível a humanos.

O dispositivo é muito pequeno, possui apenas 20 microns em todas as dimensões, e só consegue esconder objetos microscópicos, do tamanho de uma célula sanguínea.

Mesmo bem distante dos trajes vistos na ficção, como na série Harry Potter, ele representa um grande avanço, uma vez que, até agora, as capas só podiam esconder comprimentos de onda abaixo da visão humana (como infravermelho).

Capas da invisibilidade, por definição, são dispositivos que desviam ondas eletromagnéticas do objeto para torná-lo não detectável. No caso, nossos olhos detectam um objeto pela luz que vem deles – portanto, é possível fazer com que algo pareça invisível ao desviar essa luz.

“Sob um microscópio, a capa parece um triângulo com um calombo na base”, explicou à INFO Online Majid Gharghi , pesquisador da Universidade de Berkley, EUA, e um dos autores do estudo sobre a capa da invisibilidade publicado na Nano Letters. “É esse calombo que fica invisível usando um mecanismo de controle de luz”, diz. Basicamente, o que alguém enxergaria olhando para o calombo seria uma superfície plana.

É possível fazer uma analogia com um lençol, sob o qual está um travesseiro. Se todo o pano fosse feito do material da capa, quando alguém olhasse para a cama, ela pareceria ter a superfície inteira lisa – sem o calombo do travesseiro.  Mas criar uma capa do tamanho de um lençol é, por enquanto, impossível. “Nós usamos técnicas de nanofabricação que seriam muito difíceis de escalonar”, explica Gharghi. “Além disso, é uma técnica desenvolvida para duas dimensões. Um dispositivo óptico capaz de contemplar três dimensões precisa de materiais que, hoje, não estão disponíveis”.

Camadas furadas

A capa começa a ser construída com uma grade de silício, e os primeiros 5 a 10 microns da superfície são transformados em um óxido de silício poroso. Nitreto de silício é então depositado nessa camada, que recebe cerca de 7000 furos nanométricos, de diferentes tamanhos. “São ele que controlam o fluxo da luz e tornam a invisibilidade possível”, explica o pesquisador. “O ponto principal da capa é reconstruir a luz que deveria encontrar um calombo, de forma que pareça ser luz refletindo de uma superfície plana”.

Isso é feito pelo controle da velocidade da luz: ao mudar o índice de refração da camada de nitreto, a velocidade diminui em algumas regiões e acelera em outras. “Com isso, a luz muda seu caminho conforme se aproxima do objeto, e também ao se afastar, se propagando como se nunca tivesse encontrado com ele”, diz Gharghi.